segunda-feira, 20 de julho de 2009

Túnel de luz

Pensei que de hoje não escaparia e iria me extrapolar em lágrimas na saída de casa. Entrando no carro esse desejo passou, mas não houve vontade de escutar nenhuma música na pequena jornada que faço diariamente. Vim no silêncio inquieto dos meus pensamentos.

Delírios de real com ilusório. De sonho com o físico. Da morte das emoções internas. De sonhar e transformar o sonho em realidade. De continuar com o sonho, agora inatingível. De nunca mais o real suprir aquela ilusão... sempre internalizada.

O pensamento passou e o carro parou. Me saí trôpego, estranho. Era escuro e existia uma enorme grade na minha frente. De maneira inédita os meus passos cessaram e ali eu senti que alguma coisa estava acontecendo. Fiquei eu, estático, como um maluco, como uma cena de um filme... congelado na frente da grade. A rampa na minha frente. Levava a cidade e ao sol. Estava eu nesse calabouço encarcerado.

Chegou a hora da minha decisão. O controle estava na minha mão.

Suspirei, internalizei e logo as portas (da esperança) se abriam... O barulho cessou. Era eu a rampa. Olhei para os meus pés. Foi difícil. Dei o primeiro, veio o segundo. A rampa começava a ser vencida.

No meio do caminho senti o esplendor de toda a luz e o calor no meu rosto enquanto meus olhos se fechavam e minha sensação se tornou indescritível.

Seja bem-vindo de volta a vida. Precisa de bastante coragem, mas tu vai adorar!

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