quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Introdução ao Themis Bright

[ Escrito no último domingo ]

A cerca de um ou dois meses atrás, dirigindo sozinho, à noite, como eu sempre gosto, meus inúmeros pensamentos convergiram para uma idéia que nunca pensei pudesse concretizar. Tive pela primeira vez o impulso real de criar-me um blog.

Hoje, pela primeira vez, tive o impulso e o estou realizando de escrever alguma coisa nesse sentido e descobri o motivo no qual eu tive aquela primeira vontade e essa agora.

Sinto falta da intimidade. Sinto falta de poder expressar o que eu estou sentindo. Estava sozinho no carro com um monte de coisas para serem ditas. Um desejo enorme de ser ouvido.

Não estou com vontade de tornar público o meu nome, pois isso não tem a menor importância. Estou fazendo isso apenas para mim, para me sentir confortável escrevendo e pela deliciosa sensação de estar sendo ouvido, compreendido – talvez.

Recentemente me separei da pessoa amada. Com ela, tive uma deliciosa e inesquecível vida. Rompemos, no entanto, uma relação que se acabava em desgaste com pincelas de momentos bem ruins. Simplesmente um desfecho natural, feito com consciência por ambas as partes. Uma solução fácil que acabou tornando-se bastante, mas muito complicada para mim.

Hoje, com 30 anos de idade, decidi que não existiria motivo para não continuar relações com a pessoa com quem mantive uma profunda relação amorosa. Menos importante, mas necessário para o entendimento dessa questão, uma relação de amizade, de divisão de espaço, de divisão de casa, contas, conversas, conflitos, caminhos, companhias, compromissos, cidades, cozinhas, comidas, chuveiros e cama também.

Quando eu tive idades que começavam com 2, eu esquecia. Apagava o passado como quem pressiona o delete. Agora, que minha idade começa com 3 – eu não esqueço.

Difícil. Palavra complicada. Não sou eloqüente pela Língua Portuguesa. Tive meus momentos com ela e agora estou aqui, de volta. Língua, me ajuda, fica comigo e leve-me expressar-me!

Mesmo assim eu digo: Quando estávamos próximos, quando estávamos brigados, em qualquer circunstância, sempre me desgostou quando usam esse teu termo. Difícil. Deveria vir com um manual de instruções essa palavra.

Pois bem, pela segunda vez em minha vida estou tendo que utilizar de tudo o que ela tem de significância. Ela está junto a mim.

Ou estava.

Esse texto eu escrevo pois sei porquê eu estava tendo momentos assim. Descobri a causa de tanta dúvida, de tanta aflição em meu coração, de vontade de chorar.

Está me faltando isso: Estou com saudade da intimidade.

A relação eu acabei. Relações se acabam. Vidas se entrelaçam. Vidas recomeçam.

É da intimidade é o que eu sinto falta. Meu sangue e meu corpo sentiam falta da carne, mas quando buscada e saciada, descobre-se que o sangue e o corpo não completam a alma. A intimidade das almas é que o sente-se ... falta.

Que este meu blog torne-se: meu encontro íntimo, a conversa da minha alma.

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